Um breve silencio toma o quarto.
Seu coração cheio de saudade nesse instante transborda aos olhos...
A voz tremula de um senhor já idoso diz a enfermeira...
"-É... Suzana sim,as vezes eu lembro de quem ela foi,ou melhor...do que deixou de ser.
De tudo o que eu ofereci a ela,sabe... das vezes que eu não pude olhar nos seus olhos e dizer o que o meu coração sentia... Das vezes que eu tentei fazer isso e uma parede rustica de indiferença bloqueou o sol do meu amor... De todas as vezes que eu tentei a abraçar e ela procurava algo pra trocar de comodo sem cruzar meu caminho...Das vezes em que eu beijei sua face e ela simplesmente se manteve estática...fria. Sabe enfermeira...o amor é como um piano antigo,de tanto se bater na mesma tecla,
Soltou o porta retrato na prateleira onde ficava,secou as lagrimas que ainda se faziam presente e se retirou do quarto.
Sem dizer uma palavra,sem saber realmente o que dizer,a enfermeira simplesmente fechou a porta do quarto e saiu...mas aquele senhor fez uma marca eterna no seu coração...levaria aquilo na mente em todos os dias da sua vida...sentindo o peso da incapacidade,sem poder ajudar alguém que grita por socorro...
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