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sábado, 21 de julho de 2012

A luz da lua...

É lua cheia...as nuvens encobrem parcialmente o brilho das estrelas e eu aqui nesse cubículo frio e apertado. O ar já não me faz falta,meu coração parece não bater,não sinto minhas mãos,e meus pensamentos...bom,isso eu já nem sei mais o que vem a ser...sim,me sinto um cadáver... Seria mais uma noite como todas as outras,silenciosa,fria e longa...assim tem sido meus dias aqui. Mas não desta vez,não nessa noite. Ouço passos,calmos e firmes assim como os ventos que dobram as copas das árvores e assoviam por entre os galhos. Ouço batidas sobre esse solo morto e intocável,e num ritmo acelerado e compassado,vejo por entre um vão aberto nesse solo tão sagrado a majestosa lua...que logo é encoberta por uma sombra que me fita profundamente.A silhueta feminina me assombra,pois foi uma destas que me pôs aqui...Fico na indecisão de sair ou permanecer imóvel esperando ser trucidado pela ferramenta pontiaguda usada pra chegar até mim...mas não,a única coisa que vem em minha direção é a sua mão...macia,fria e firme. Recebo seus auxilio para sair do recipiente fétido e apertado. Bato a roupa para tirar o pó deixado pelo tempo,e vagarosamente levanto meus olhos até os seus...sua mão toca a minha mais uma vez e seu corpo aproxima-se lentamente ao meu...o toque de nossos lábios é quase inevitável,e assim,iluminados pela majestosa lua foi que você resgatou em mim o sentido de viver,o meu eu interior melhor...e de cadáver passei a ser livre...mesmo sendo seu,você resgatou em mim os sentimentos que há muito tempo haviam sido lacrados nas catacumbas de minha alma...

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